2.3.11

a prova viva

já que ontem mencionei que o próximo disco do nelson freire vai ser dedicado às obras de liszt, fui dar uma olhadinha no youtube, e descobri um vídeo recente do nelson por lá. foi colocado agora em fevereiro.

e por coincidência, é um vídeo precioso dele tocando a sonata de liszt em B menor, em 1982. essa é a prova viva de que eu tenho MESMO que ficar ansiosa pelo seu novo disco.

eu tenho minhas teorias sobre as fases dos músicos que tem carreira muito longa.
essa certamente foi uma boa fase.

uma peça monumental, e absolutamente estonteante sob a interpretação do nelson freire, que faz liszt ser romântico de fato, e não dominador.
eu tenho uma certa resistência às interpretações tradicionais das obras pra piano de liszt. é tudo cheio de tanta pompa, de tanto poder, que a música acaba ficando de lado.

e é por isso que essa interpretação registrada nesse vídeo é tão singular. no meio de tantas notas, tanto virtuosismo, a música é soberana e imperativa. fora que tentar mencionar a singularidade do seu toque é total perda de tempo. nessa obra em especial, o toque desse homem é inexplicável!

para aqueles que têm preguiça de assistir tudo, trechos de chorar: 3:25 e 21:57 ..... claro que tudo faz sentido se a obra inteira é assistida, porque os climas são construídos e descontruídos...

acredite!
vale a pena.


6 comentários:

  1. será que um dia lá no céu poderei tocar assim???rsrsrs

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  2. to aqui sozinho na sala, meia noite, assistindo a obra e de repente alguem me tosse no meio da peça, como se não bastasse uma vez, descubro q é na verdade, uma epidemia de tuberculose pairando sobre a platéia...rs, apesar deste comentário, isso não conseguiu tirar a beleza de tudo o que estou apreciando aqui, belíssimo post, obrigado por compartilhar, não conhecia!

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  3. Loreta,
    acabei de assistir tudo agora. não tinha nem tempo, mas não consegui sair daqui. o toque dele é simplesmente algo fora de série. é o melhor pianista lírico que já ouvi até agora. coisa linda mesmo.
    só que ele não toque Liszt. Ele tocou Schubert e Rachmanninoff (no início), Beethoven na fuga e Chopin. Ficou lindo, mas não era Liszt. É do tipo de pianista que escolhe a eufonia sobre a definição. Não ouvi o 'Sturm und Drang', o próprio Liszt na obra. Foi lindíssimo, mas quero ver um pianista como a Argerich ou Kissin tocando isso. Vou até procurar quando tiver tempo.
    beijos

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  4. André,

    I'm glad you took the time to watch this....

    é sim maravilhoso, e eu concordo que o nelson não seja a pessoa para tocar liszt. nem combina muito com a personalidade dele.....

    but still......a beleza transborda.

    bjos!!!! (e eu vou ver kissin tocando isso ao vivo....rsrs...)

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  5. só um adendo,....nelson acabou de lançar um cd inteiro dedicado a liszt (acabou MESMO...saiu semana passada)....

    eu já comprei, e é o liszt mais lírico que já ouvi. pode ser mais romanceado do que o necessário, mas é maravilhoso.. :)

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  6. pois é... ouvir Kissin tocar isso dever ser, em minha opinião, uma experiência especial. Amei o som do Nelson, mas prefiro quem usa o pedal para dar um pouco mais de definição sem perder a musicalidade (imo). Acho que vai ser uma experiência musical para uma vida. Você ainda não falou do Keith em termos claros...
    beijos, querida

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