29.12.10

a mazurka

é preciso ter uma certa moral para ser a solista do concerto do prêmio nobel.
nossa querida martha argerich, como sempre, deu conta do recado.

depois de uma DESLUMBRANTE performance do concerto para piano e orquestra em G maior de Ravel, ela agraciou a platéia com esse bis mais do que apropriado.

trata-se da mazurka de chopin n. 2, op 24.

meu TCC da faculdade foi sobre danças estilizadas, e a mazurka é uma delas.

numa breve explicação, a mazurka é uma dança tradicional de origem polaca, que era dançada em pares formando figuras e desenhos, em compasso ternário, tempo vivo e ritmo pontuado. ao longo da história da música, algumas danças deixaram de ser dançadas quando começaram a ser exploradas por compositores que compunham canções nos ditames da dança, mas para serem tocadas por instrumentos, e não para serem dançadas.

estas danças não "dançáveis" ficaram conhecidas como danças estilizadas.

chopin, que era polonês, resgatou a mazurka, compondo muitas delas para piano e popularizando a dança durante o século XIX. claro que ele adicionou toda a carregada carga emocional própria do romantismo, período ao qual ele pertenceu.

esta que será tocada abaixo é linda, linda.
curtinha, com caráter de dança aparente e absolutamente lírica.

e foi um bis inesperado.
martha geralmente não toca isso depois de seus concertos.

meus ouvidos agradecem ;)

ler, ouvir, escrever

olhei a hora: duas da manhã.

a noite foi cansativa, cantei, abracei..


e estou aqui acordadíssima.

a música me impede de dormir. é imperativa.

não sei se as horas da madrugada contém alguma magia, mas eu me sinto tanto mais musicalmente vulnerável dentro da noite profunda.


meu professor de história da música fez algo que mudou minha vida em termos de organização de aprendizagem musical durante o período da faculdade: entre outras coisas, dividiu em 3 categorias as atividades que os alunos deveriam realizar.

estas eram: ler, ouvir, escrever.

assim, à medida que avançávamos no estudo, obtínhamos uma sólida base de acúmulo de conteúdo (ler), contato efetivo com o produto da teoria (ouvir) e a oportunidade de produzir algo escrito acerca do que havia sido estudado (escrever) não só analisando a música em voga, mas emitindo nossas impressões sobre aquilo que havia sido absorvido.


que prática importante!

foi tão constante que, para mim, tornou-se um hábito que se perpetua, mesmo agora que já me formei.


porque a música é intrigante dentro ou fora da sala de aula.

a sede por entendê-la é o fator que nos leva a desenvolver os mais profundos níveis de sensibilidade e compreensão, que na maioria das vezes, sempre estiveram dentro de nós, ouvintes, perdidos em algum lugar.


esta compreensão torna o ato de “ouvir música” mais do que ter meramente um fundo musical enquanto se executa outra atividade qualquer.

dentro desta perspectiva, o ouvir é primordial, é o foco da concentração, como uma platéia contempla uma peça de teatro, ou assiste a um filme no cinema, reagindo ao drama, ao humor, à tragédia, ao medo, ao romance.


a música é tudo isso. mas sua mensagem é tão mais subjetiva que rapidamente elimina dos ouvintes preguiçosos o privilégio de compreendê-la. degustá-la própriamente exige atenção, e mais que isso, exige uma alma profunda, com possibilidades de expansão.


e é exatamente isso que me manteve com os olhos bem abertos até agora. e não só abertos, mas ora marejados, ora apertados. eu ainda fiz pausas, corri para o livro, li análises e descrições, voltei a ouvir, e o que já era “bonito” e profundo intuitivamente fez sentido teorica e estruturalmente. uma engenhosa arquitetura, tão complexa e tão bela.


não faz muito tempo, quando comecei a ensinar música, me deparei com uma grande fatia da sociedade que não sabe e nem quer aprender a ouvir música. esta tornou-se passatempo, e não arte. isso me perturbava profundamente. mas com o tempo foi que entendi que encontrava alunos avessos à música em geral, sobretudo a clássica, não porque ela seja desinteressante, mas porque não compreendiam suas nuances...


esse se tornou meu alvo e minha premissa: antes de qualquer outra coisa, a primeira lição é desvendar a arte de ouvir.

quando essa cortina se abre, a curiosidade se encarrega do resto.


foi exatamente o que aconteceu comigo.

esta noite, sem que eu percebesse, passei voluntariamente pelas 3 categorias do professor jetro.


apesar de não ser sobre a música que ouvi a pouco, este texto materializa a terceira delas :)

28.12.10

a casa do tom



comprar os presentes de natal dia 23 de dezembro tem suas vantagens: faz-se tudo com objetividade. não há tempo para meandros.

combina comigo.

numa passagem rápida pela saraiva ( e minhas passagens tem de ser rápidas sim, caso contrário, eu compro a loja inteira) já a caminho do caixa, eu me deparo com este belo documentário.

o ato de colocá-lo na cesta de compras foi quase mecânico, imediato. trata-se do registro mais fiel à essência desse músico brasileiro.

"quando nos mudamos para a casa nova, a única preocupação do tom era o piano"
(ana jobim)

o melhor presente de natal que eu poderia dar a mim mesma.

1946

"after the war, people didn't care for money, they thought things could only get better...
I look at those days with affection". (a.b.)

é quem vive que diz coisa assim.

num tempo onde as boas intenções e a sinceridade são produtos escassos e raros, o suspiro saudoso liberta a nostalgia presa num sorriso antigo, de quem viu dias antigos e permaneceu para presenciar os dias de hoje.
mesmo eu, filha do morrer do século XX, cria dos dias modernos, me estendo a esta compreensão.

é com dificuldade que tento organizar meus pensares e falares.

para onde foi esta singeleza de vida? dias em que as crianças eram educadas ao pensamento e à sensibilidade; a arte e a música, irmãs da sociedade e não primas de 7º grau.
como resgatar esta reverência num tempo em que manuscritos mal sobrevivem?
falsidade seria dizer que não me utilizo de certos avanços. mas como esquecer o fundamental?
isso eu não poderia.

não há futuro sem passado.
nem há passado sem futuro.
dissipá-los é estupidez.

é certo que a minha saudade é rasa, adquirida.
pobre de quem viveu e vive.

só quem vive diz coisa assim.

25.12.10

do tuiu

meu irmão e seus presentes significativos.
me deu de natal 5 dos meus filmes preferidos....






o presente do meu amigo secreto ;)


bom, eu tirei o léo.

como estamos viajando juntos desde o começo do mês de dezembro, mostrei pra ele o documentário do alfred brendel e dividi essa minha admiração pelo pianista alemão.

assim, na hora de comprar o presente do amigo secreto, aproveitei o gancho, e dei pra ele o cd do brendel tocando as últimas sonatas de schubert. sobretudo, meu maior interesse era que ele ouvisse a sonata D. 960 (essa do vídeo abaixo), que pra mim, é uma das mais belas obras escritas para esse gênero e foi a última sonata escrita por schubert. curiosamente, foi a última peça tocada por brendel em sua última apresentação em público...

claro que eu não me aguentei e resolvi postar o vídeo dessa sonata pra todos os leitores terem a alegria de ver essa obra linda, linda. tem uma outra versão da maria joão pires tocando que também é muito boa, mas como o cd era do brendel, resolvi postar o vídeo do brendel ;)

schubert é schubert: sensibilidade, lirismo e beleza, MUITA beleza.

bom, e com esta canção, eu termino a minha noite de natal....


ps: eu também dei uma camiseta com o nº 7, pra o presente não ser tão, assim... musical ..rs!

now, xmas!




eu amo o natal.
só isso!

família reunida, comida gostosa, muitos sorrisos!

e jesus, jesus, jesus ( a minha vozinha deixa isso bem claro sempre...rs)

feliz natal pra todos os leitores do blog.....e um lindo ano novo ;)...

daqui a pouquinho, eu tenho que levantar, pra viajar pra manaus. amanhã a noite, já cantamos lá.....foi bom ter esses 5 dias de folga.

bom! é isso!
;)

22.12.10

primos segundos

a família está crescendo..

essa já é a segunda geração de priminhos....

ai, velhice :)

(a esquerda, vinícius, filho do meu primo andré. a direita, lucas, filho da minha irmã)

;)


hoje, depois de muitas atividades, fui à igreja do unasp - ec e me encontrei com o "meu"piano ...

toquei, toquei, toquei!
foi como revisitar um velho amigo.

eu só preciso aumentar meu repertório...rs!

2011 tá aí pra isso ;)


20.12.10

ameixa, uva - roxo, roxo!






é a cor mais bela.
é a minha cor.

algumas inspirações daqui.

masterclasses?

eu sei, eu sei.
como diria meu primo márcio: "now, i think you're a little obsessed"...rs!

mas eu sou uma curiosa. uma coisa fica enganchada na outra, e eu não consigo parar.

depois de postar sobre a premiação de brendel no gramophone awards 2010, eu andei assistindo uns outros vídeos do dito cujo, e descobri que agora, já que ele não toca mais em público, começou a das MASTERCLASSES.....

ai, papai noel!

em outubro, deu uma no new england conservatory, deu outra na yale em novembro, e em janeiro, vai dar uma outra em paris, dia 16, um dia depois do concerto do nelson freire na mesma cidade.

.....

eu prometo que sinto dor no coração.
é físico, e é de verdade....

ai!

vai aí um gostinho do doce ;)


19.12.10

gramophone awards 2010

depois de uma longa ovação, alfred brendel recebeu o prêmio honorário por honoris causa.

brendel tem hoje 80 anos, e parou de dar concertos e recitais em 2008. uma pena e perda para o mundo musical, mas ele tem um perfil calculista. achei que essa decisão teve tudo a ver com sua carreira, suas conquistas.

dia desses, enquanto lia críticas musicais num blog por mim recém descoberto, achei a descrição perfeita para o sentimento do público musical ante a "aposentadoria"planejada de brendel.

ei-la:

When a performer of eminence, universally respected and admired, decides to end his or her public performances, a gap is felt that in today's world of music, so generously blessed with uniquely talented performers, can be expected soon to be filled.

Two of 'The Three Tenors' are still with us, and already four tenors are stepping in their wake.

Not so in the case of Alfred Brendel's often declared intention to end his unique performing career. His leaving the concert platform leaves a gap that is not, and cannot be, filled by another artist, however eminent and brilliant.

Brendel, eschewing the trappings of mere virtuosity, a field in which he could have also been a paragon of virtues, established a figure unique in subjecting the masterpieces of his chosen field of the Viennese Classics to a deep, almost philosophical analysis, and so creating new standards by which we can now value and admire these works in their true perspective.


e cada dia que passa, eu o admiro mais. uma pena eu ter feito essa descoberta tarde demais para vê-lo ao vivo.

o que me resta são os outros, que por sorte, ainda se apresentam.

por isso que cada concerto assistido é uma alegria, uma vibração. vale a pena!!!

o prêmio de brendel é muito mais do que merecido! ;))

o chopin de arthur

não sei por que cargas d'água, falei no arthur moreira lima essa semana.
acho que estava assistindo o DVD do alfred brendel com o léo e a fabiana, e no fim, ficamos discutindo a popularização da música clássica. no meio das discussões, o nome de arthur m. l. surgiu.

nunca fui fã desse brasileiro.
lembro que ainda pequena (devia ter uns 5 anos) quando morava no rio de janeiro, fui com meus pais à sala cecília meireles e assistimos um concerto no qual o solista era o arthur m. l.

foi uma boa iniciação pra uma criança tão pequena como eu.
e eu sempre soube que arthur tinha uma ligação especial com chopin. esse foi inclusive, o repertório daquela noite. (não me lembro exatamente o quê).

mas, com o passar do tempo, sua música foi se desprendendo de mim, até que eu nem lembrasse do seu nome no cenário musical...(dramático, eu sei - mas é verdade!)

foi durante o Concurso Chopin 2010, lendo uma entrevista do Nelson Freire, que eu soube de um fato interessante: o ano de 1965 foi o ano em que martha argerich ganhou em 1º lugar o concurso chopin. adivinha quem ficou em 2º? sim, arthur moreira lima.
e essa foi uma surpresa que me deixou impressionada alguns dias.
o nelson ainda relatou que até ele próprio havia se inscrito para participar do concurso e havia sido aceito. mas dessa forma, seriam 3 representantes da américa do sul ( martha da argentina, e arthur e nelson do brasil)....então, o nelson resolveu não competir.
pois bem. os dois sul-americanos levaram o 1º e o 2º lugares.

eis a premiação:

Prize I - Martha Argerich (Argentina)

Prize II - Arthur Moreira-Lima (Brazil)

Prize III - Marta Sosińska (Poland)

Prize IV - Hiroko Nakamura (Japan)

Prize V - Edward Auer (USA)

Prize VI - Elżbieta Głąbówna (Poland)


o que teria acontecido se nelson tivesse participado?....

bom, isso não vem ao caso.
o que aconteceu foi que, com estas informações, eu passei a perceber que esse meu ignorar à trajetória de arthur m. l. é uma atitude que revela pobreza de espírito.

resolvi pesquisar.
e achei esse vídeo... (ah! que seria de nós músicos saudosistas sem o youtube!)

arthur tocando o noturno nº 1, op. 48 de chopin, no concurso chopin como convidado na edição subseqüente à da sua quase-vitória (1970).
absolutamente sensível, doce e ao mesmo tempo dramático.
uma leitura puramente brasileira, como já disseram os franceses.

lindo!

eu não posso dizer que sou uma fã inveterada, mesmo porque, ele resolveu se dedicar a música brasileira algum tempo depois...
mas me rendi ao chopin de arthur.
vale a pena ouvir!


the best xmas present ever!






meus aluninhos queridos.

eu falei tanto no twitter e aqui no blog também das minhas agruras e aflições durante os ensaios para este programa.

finalmente, ele aconteceu nos dias 1 e 2 de dezembro.
e foi lindo, lindo, lindo.
deu até vontade de chorar. tanto trabalho, tanto suor, tanta disciplina...rsrs!

finalmente o resultado.
e eu nunca havia experimentado isso.
é tão gratificante ver a música disseminada, fazendo parte da vida de crianças que jamais haviam vivenciado algo parecido...

muito obrigada aos professores mais experientes que me incentivaram e motivaram ao longo do processo.
obrigada especialmente ao rafa e a silvana, que me salvaram musicalmente e abrilhantaram nossa noite!
e o pais se derreteeeeraaammm.....rsrsrs!
teve música, teve peça.....

o musical de natal foi sucesso absoluto!
;)

..


a primeira parte da turnê está acabando.
voltamos depois do natal.

eu tenho tantas coisas pra postar:
meu programa de natal com as crianças, as músicas que tenho ouvido, as coisas que tenho escrito e visto....tanta coisa.

mas não tenho forças.
muito cansaço.
estou assim, como essa foto...

fica aqui a minha singela "satisfação"aos fiéis leitores...

eu prometo melhorar. eu quero compartilhar...
só preciso de umas horas de sono ininterrupto.

;)

15.12.10

algumas fotos do RIM

sem brincadeira, já faz uns 2 dias que estou tentando postar essas fotos, mas as internets da vida não ajudam....
de qualquer forma, aí estão algumas das fotos....
depois coloco mais!
ah...as fotos estão em ótima qualidade. para vê-las em tamanho maior, é só clicar em cada foto!

:)


• imperatriz, ma

• belém, pa

• marabá, pa

• imperatriz, ma

• marginal fazendo inalação...rsrs!


• mama linda !


• inalação com soro fisiológico para hidratar as pregas vocais ;)


• sorrindo com os olhos

• agora sorrindo com os dentes mesmo... ;)

• mamãe 15 anos (linda, sempre....), laura forçando léo a olhar pra foto, léo chato estalando esses dedos infernais no meu ouvido.

12.12.10

.

ando com saudades do circle book.
não o trouxe pra viagem.
erro!

olha só...

que surpresa boa.
a valentina lisitsa (tb já mencionada aqui no blog anteriormente), que é famosa por tocar rachmaninov, beethoven, liszt e coisas fortes e vibrantes se rende ao lirismo de schubert!

que bela surpresa.
esse é também um impromptu n. 3 de schubert, mas do op. 142 (o abaixo é D 899)

eu acho o toque da valentina muito "sólido" pra um repertório tão lírico como o de schubert, mas não posso negar: mesmo assim, foi lindamente tocado, para minha alegria. ela derrama sua alma, sempre!

prometo que não posto mais vídeos (hoje...rs!)

schubert, de novo

eu tenho certa dificuldade em explicar o porquê dessa minha afinidade com a música de schubert.
nem entendo direito.

mas me toca.
já ouvi esse impromptu inúmeras vezes, me emocionei em praticamente todas elas, já até postei ele aqui no blog....e aqui está ele de novo, rs!

no post de antes, foi com brendel tocando. a versão de agora é com horowitz tocando BEM mais lento, mas com tanto sentimento, com tanta alma, que vale a pena, só pra desenvolver a sensibilidade.

aqui no norte não tem horário de verão. agora é uma da manhã.

música boa assim me tira o sono... ;)

10.12.10

xmas, xmas #2!





os blogs já começam a transbordar belezuras e delicadezas de natal!

caezinhos+natal .... i just love it :)
(tudo daqui.)

xmas, xmas!

tá chegando ;)

adoro as coisinhas daqui.

9.12.10

eu tinha o ingresso.


deixe-me contar uma triste história:

2010 foi meu primeiro ano como assinante osesp.
pra quem acompanha meu blog, já deu pra perceber que quando se faz a assinatura, é preciso escolher uma série de concertos. os organizadores, muito sábios, distribuem irmamente os concertos imperdíveis e os "mais ou menos" entre todas as séries, para que todas sejam atrativas de alguma forma.

pois bem. no ano de 2010 eu escolhi a série carnaúba porque o concerto "imperdível" dessa série era o Brahms n. 2, pra piano e orquestra, cujo solista seria meu querido e amado Nelson Freire (com letra maiúscula e tudo, como manda a regra).

a série carnaúba continha 9 concertos.
o concerto do nelson seria o último da série, o melhor, o mais desejado, para coroar este ano de tanta música boa, que estava marcado para o dia 9 de dezembro.

e assim foi. fui de concerto em concerto, assisti obras que nunca nem tinha ouvido falar, assisti solistas que nem imaginava conhecer, me embeveci de tanta música, mas sempre ansiosa pelo dia 9 de dezembro.

8 concertos assistidos.
e o nono, o tão esperado, vai mesmo acontecer dia 9.
sim, hoje a noite, daqui a algumas horas.

mas eu estou no pará.
hoje canto em paragominas.
e o nelson toca em são paulo.
e eu, fã assumida, que vim de uma longa caminhada de concertos e já tinha meu ingresso para este, tive que vendê-lo.

engraçado que eu já quase assisti essa mesma obra com esse mesmo pianista tocando em londres, paris....agora era a chance de ver em são paulo.

não deu, mais uma vez..
estou triste DE VERDADE.
não por estar onde estou, porque estou tendo o imenso privilégio de cantar e conhecer lugares e pessoas que jamais conheceria de outra maneira.
estou triste por vivenciar essa infeliz coincidência.
pensei nisso algumas vezes hoje.

mas a gente faz o que tem de fazer.
a obra é eterna, o solista não.

mas acho que ainda vai chegar meu dia de ouvi-lo tocando o brahms n. 2 ao vivo.

por hora, desejo aos meus amigos e companheiros de série carnaúba que aproveitem ao máximo, assistam de perto e se emocionem por mim.
não tem ninguém que gostaria de estar neste concerto mais do que eu....

mas 2011 já nos acena.
quem sabe ....

.

na estrada não dá pra tocar piano.

e meus dedinhos já cansaram de tocar nos joelhos.
preciso de teclas...