28.1.10

a chácara.


Ela é pequena e aconchegante. Muitíssimo jardinada, contendo quase todos os tipos de flores e plantas tropicais.
As duas casas são de madeira e pintadas dum rosa quase branco. O calor equatorial deixa a tonalidade do ar quase alaranjada, quando uma rara brisa sopra e alvoroça a terra vermelha , misturando-a com o rastro polvilhado dos raios de sol.
Muito verde, muitas frutas, frutas do norte: cupuaçu, graviola, carambola...todas no quintal, esperando ser apanhadas do pé.

Eu ando pelos canteiros e tenho lembranças ternas; ando e recordo o curral que me amedrontava, recordo o leito fresco de todas as manhãs, recordo as brincadeiras no areal que me punham irreconhecível, recordo o cheiro de repelente constante e necessário, recordo as idas ao galinheiro( quando eu , penalizada, precisava escolher uma galinha para o almoço).

Lembranças preciosas...

Hoje, o curral está vazio, assim como o galinheiro. A chácara não tem sinal de internet ou de telefone. A antiga e farta biblioteca de meu avô agora cheira a mofo e a cozinha - antes o santuário da casa - está desativada.
Ninguém mais mora aqui. O jardim continua belo, mas poucos apreciam essa beleza. Tudo parece ser como era, mas não é.
O almoço foi farto e saboroso, como costumava ser; minha avó ainda reina por terrenos culinários.
E alguns ainda conseguem concentrar-se no calor, nas picadas dos mosquitos, na poeira...

Tanta chácara para poucos apreciadores...

Escuro


As luzes se apagaram. A treva absorveu rapidamente as conversas, os rumores, a elegância e as faces.
Uma cobertura densa e negra apagou os olhares que agora, geravam agitos de gente sem saber para onde ir ou para onde olhar.
Anoiteceram as palavras.
Escureceram-se as falas.
Tudo silenciou.

Estava escuro.

(texto escrito depois de um apagão numa ambiente público e festivo.....sem saber o que fazer e em meio a escuridão, eu quis testar uma caneta nova, mesmo sem ver um palmo a minha frente.....portanto, as palavras disseram pouco....o que valeu foram os rabiscos.)

25.1.10

meu scherzo chopiniano favorito..

é o número 4, op.54 !!!
sem excessos, sem apelo emocional, ele emociona.

neste vídeo, existe uma falha bem no meio, pq aparentemente, ele foi gravado de um VHS bem velho......mas a interpretação ta maravilhosa...

enjoy


o tempo e o vento























meu namoradinho me presenteou nesse natal com algo que eu queria há tempos: a triologia "o tempo e o vento" de érico veríssimo, escritor que eu amo!

é dividido em 3 partes: o continente, o retrato e o arquipélago, num total de 7 livros....
estou amando e recomendo..

fim das férias.

ok, eu tirei umas férias das postagens, mas agora estou de volta....tanto nas postagens literárias quanto musicais......

abraço a todos.

11.1.10

2010 chegou


como transcrever as sensações que um reecontro provoca?
ainda mais nesse tipo de reecontro: daqueles amorosos, com abraços de muita saudade, beijos curtos e repetidos, olhares cheios de dizeres bonitos e um frio nas mãos perene...
depois, os adendos que se seguem só servem para emoldurar a beleza do momento: gentilezas infinitas, um falar calmo e comedido, mãos que não se largam e a felicidade de um casal apaixonado, separado há 8 meses, que finalmente, se reencontra para celebrar o começo de um ano que chega...
momentos antes, dentro de um avião, a ansiedade de chegar ao destino tão almejado e ver chegar um ano igualmente desejado manteve duas pupilas constantemente dilatadas, um coração batendo em rítmo militar e também deixou duas bochecas doloridas por não conseguirem conter um riso indiscreto e declarado.
e o ano de 2010 chegou com o frio das nevascas americanas e com o calor de um sentimento que resistiu a distância de dois continentes, as 4 logas horas de fuso-horário e acima de tudo, resistiu aquele post antigo que relatava a dureza que é aguentar a saudade torturante.
2010 chegou para reaproximar, para unir, para fazer conhecer e conviver.
e basta para cada fase o seu próprio mal. a alegria está em saber que os obstáculos que existiam foram vencidos um a um. não que não existam mais; pelo contrário, talvez outros ainda maiores estejam por vir...mas não dar-lhes tanta atenção é uma bela saída. daí, eles se envergonham e escoam, um a um.

foi assim que o vigésimo segundo ano da minha vida começou.
com alívio, a etapa "distância" está acabada.
viva o brasil e viva 2010!