18.1.11

ferreira gullar


o edson sempre me falou dele.
e eu sempre respeitei, ouvi. mas nunca fui atrás.

mas ferreira foi capa da revista BRAVO! de outubro de 2010 (acho que até postei aqui sobre esse exemplar..)
ontem, ao som da chuva da madrugada, resolvi reler a matéria.

a primeira frase que li foi: "fiquei seis meses tomado por um poema. isso nunca havia me acontecido antes".

sinceramente, eu nem tenho o que dizer. só por essa frase, deu vontade de comprar todos os seus livros.

vou somente colocar aqui um poema que ele escreveu por ocasião da morte de clarice lispector:

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Enquanto te enterravam no cemitério judeu
do Caju
(e o clarão do teu olhar soterrado resistindo ainda)
o táxi corria comigo à borda da Lagoa
na direção de Botafogo
as pedras e as nuvens e as árvores
no vento
mostravam alegremente
que não dependem de nós

"eu triste com a morte de clarice, e a natureza pouco ligando".
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é caso urgente. preciso de pelo menos um livro.
resolvo isso logo!

2 comentários:

  1. Dentre aquelas que a morte ainda não calou, é a voz poética mais madura da literatura brasileira - ouçamos com reverência.

    "Meu poema
    é um tumulto, um alarido:
    basta apurar o ouvido."

    "Muitas Vozes" (estrofe final) - http://archenar.blogspot.com/2008/05/muitas-vozes-ferreira-gullar.html

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  2. vou ler também, já tem aqui e esse poema me encantou! e pensar que tive a oportunidade de vê-lo e não fui!

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