31.5.11

dos tempos idos de canto erudito

na noite fria de ontem, eu me reencontrei com a minha versão 2006, cantando música erudita.

essa foi a primeira e única vez que eu me inscrevi num festival de canto erudito e no fim, todos os participantes tiveram que participar de um recital; cada um cantou duas músicas.

lembro que eu me sentia a pior de todas, pelo fato de não ter nenhuma instrução formal anterior. todos eram cantores e estavam acostumados com as sonoridades e o repertórios exigidos.
ao assistir os vídeos ontem, eu ri da minha cara de paisagem, tentando esconder o extremo nervosismo...

mas valeu.
valeu e muito!
aprendi tanta coisa...

a primeira música que cantei foi essa abaixo.
nessa versão, os violinos dão uma titubiada de vez em quando, mas no geral é MARAVILHOSA!
chama-se "pie jesu", que é parte do requiem do glorioso gabriel fauré (em breve, um post sobre ele).

vale a pena assistir até o fim. é de chorar! uma pérola essa versão...




a segunda música que cantei, já menos nervosa-mais confiante, foi "panis angelicus"de cesar franck.
linda, linda.
aqui segue uma versão com charlotte church (que eu nem gosto tanto assim), mas que é bonita. BEM bonita.




foi boa a experiência.
e ainda bem que isso foi gravado. lembro que briguei muito com o tio naor na noite do recital, porque não queria que ele filmasse nada.
mas foi bom.
foi interessante reviver isso ontem ...

:)

brinquedinho

semana passada, comprei uma nova câmera fotográfica pra levar pra minha viagem de julho.
não, eu não vou aderir a moda e virar fotógrafa, e minha câmera nem é dessas mais chiques. 
mas estou felicíssima com ela. 

já era noite quando chegou às minhas mãos, portanto a iluminação era pobre. mas eu não aguentei e tirei umas fotozinhas em casa só pra testar.

eu ainda estou aprendendo a mexer nela, e vale lembrar que nenhuma das fotos foi tratada. isso é um passo adiante..rs!

bom dia :)

ps: clique em cada foto para vê-las em tamanho maior.








27.5.11

overwhelming


foi ontem a noite.
e não dá pra falar nada a respeito. por isso o título auto-explicativo.

a função desse post é me fazer lembrar que foi ontem a noite.

:)

24.5.11

fim de tarde...



coisa linda é ver como Deus inspira, como Deus toca.
passar algumas horinhas com o Stênio Marcius é ter esse vislumbre.
que privilégio.

no carro, ainda perplexos com tanta beleza e tanta unção, a gente conjeturava. 
não pode ser desta terra, não é feito humano.
é inspirado. é obra de Deus.

um violão e uma voz. simples assim. não precisou mais do que isso pra o sono fugir horas depois e manter minha mente acordada, sem entender muita coisa... 

compor desse jeito e ser tão vazio de si, substituindo esse eu pelo poder do espírito; isso é ser músico cristão.
que continue a nos abençoar com sua arte, com sua vida, com todas as palavras lindas que sabe ajuntar numa canção, com todas as inexplicáveis melodias belas, brasileiras que jorram de sua pena.
nessas condições, vimos a tarde transformar-se em noite.

obrigada, Stênio e Selma, por dividir um pouco desse tesouro conosco, pela hospitalidade, pela amizade cristã.


"foi muito especial". 
uma noite que não será esquecida :)

20.5.11

afronta



este post é um anexo ao post anterior.
não é por nada não, mas o zimerman tem razão:


"Shortly after September 11, 2001, Zimerman's custom-made piano was confiscated at JFK Airport when he landed in New York City to give a recital at Carnegie Hall. The US Transportation Security Administration decided to destroy his piano, claiming the glue smelled like explosives.On April 26, 2009, Zimerman vowed to his audience at Los Angeles's Walt Disney Concert Hall that, in protest of American policy toward Poland, this would be his final appearance in the United States. He had made a similar threat in 2006, stating he would not return until George W. Bush was out of office."

sem comentários. quem já se estressou na imigração que entenda...

krystian zimerman

"music is not an audio experience. i have a problem with digital recording, because recording transmits sounds so clearly that we can't hear the music anymore. we use sound to create music. music is more for organizing emotions in time, like telling a story. seeking a better sound isn't necessarily achieving your best story."

essa é parte da explicação que Krystian Zimerman dá logo depois de dizer que sua última gravação foi feita 18 antes (essa entrevista é 2008).

é uma entrevista de 5 partes, que VALE A PENA!

pra começar o dia :)

17.5.11

mozart - "only those who have never tried it underestimate its dangers"

ontem a noite, me deu uma saudade desta sonata (K 330). lembrei que eu tinha a partitura dela em algum lugar nos meus PDF's, mas antes resolvi olhar a minha estante de partituras. e lá estava o segundo volume das sonatas de mozart. original. primeira página.

hoje de manhã, como de costume, visitei o site da gramophone, e mais um texto brilhante eu encontrei.
coincidentemente, fala sobre o desafio de se interpretar mozart.
vc pode lê-lo no próprio site da gramophone, mas eu vou colocá-lo aqui no blog também.
foi escrito pelo regente mark wigglesworth, que aliás tem um site ótimo, e é colunista da gramophone. vale a pena entrar no site dele e dar uma lida nos textos. 

eu já havia postado dois vídeos dessa sonata aqui, mas hoje o ponto não é a sonata (mesmo assim vale a pena assistir o horowitz tocando!), mas a obra de mozart como um todo e, ao contrário do que se diz por aí, o grande desafio que é tocá-la.

enjoy :)

ps: vou colocar em negrito os meus trechos favoritos.

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Angel Song
The humanity - and challenges - of MozartMark Wigglesworth 10:24am GMT 11th May 2011

It is said that when angels talk to God, they sing Bach, but when they talk to each other, they sing Mozart.
Most people know that performing Mozart offers unique challenges to musicians. Only those who have never tried it underestimate its dangers. Put a foot wrong and we spoil the magic, but give the impression that we are walking on eggshells and we will not do it justice. Be too careful and the music won't sound carefree. Be too careless and it will sound like we don't care at all. But from the little we know of Mozart, he would undoubtedly have been upset by the inhibition and fear that too much respect can sometimes induce.
There are few people in the world who do not need to have experienced something to be able to express it. Yet Mozart's empathy with his operatic characters shines through whoever they are. It is true that in The Marriage of Figaro, one feels that deep down Mozart is Cherubino, inCosì fan Tutti, he identifies most with Ferrando, in The Magic Flute, he undoubtedly speaks through Papageno, and in Don Giovanni....well in Don Giovanni everything is more complicated! Yet whatever age or sex, there is not a single role in any of the stage works that is not clearly and profoundly defined. Given that it is simply not possible for Mozart to have done everything his characters do, where does this understanding come from?
This unfathomable Shakespearean quality also saves the composer a great deal of time, and allows those blessed with it to create in quantities beyond rational understanding. Mozart wasn't the only one. It's been calculated that it would take a lifetime to simply copy out everything Bach wrote! On the other hand however, not every genius is this prodigious. It is not something you associate with Beethoven for instance. His manuscripts reveal the struggle behind every note; the resultant perfection is definitely hard won by. In a way, that perhaps makes his music even more moving. The human achievement somehow appears the larger for the toil that went into its creation.
Mozart's music has the enigmatic ability to simultaneously laugh and cry. Us lesser mortals normally need to decide between the two, and as a result find it hard to express that perfect equilibrium. We like to choose between grace or strength, youth or wisdom, poetry or drama, dreams or reality. But perhaps in not having to do so, we are able to become more in touch with our inner soul - that subconscious world that does not entertain humanity's superficial pigeon-holing of its more conscious categorisations. If playing or listening to Mozart's music connects us with the very essence of who we are, what more from music does one need? As the Hungarian pianist Georgy Sebok said in summing up Mozart's mysterious genius: 'Mozart reminds us that the human race is greater than it knows.'
Fortunately we don't have to leave it only to the angels.

11.5.11

heterônimo russo :)

durante uma aula de música:

"so, can someone tell me the name of the russian composer we talked about last class?"

uma aluna levanta a mão: "i know, i know! it's KOVSKY!!"
outra: "tchai!"
e a melhor: "kokóvsky"....

rs!

talvez a pronúncia do nome "TCHAIKOVSKY" seja um pouco difícil para crianças de 5 anos.
mas elas já conhecem sua música.

como eles dizem, a música do vídeo abaixo é "the nut that's been cracked"....

:)

10.5.11

uma arte à parte

eu e meus garimpos no youtube.

lukas geniusas, muito mencionado aqui no blog no mês de outubro de 2010, toca neste vídeo o rach 3.

até aí tudo bem. quem não toca? (hahahahahahahaha!)

detalhe da idade do pianista nesta gravação: 19 anos.
interessante observar que no comecinho da obra, parace que ele está dando um passeio no parque, ou observando as colinas no horizonte, MENOS tocando o rach 3.

trecho da obra

para clarificar, o concerto nº 3 para piano e orquestra de rachmaninov (vulgo rach 3) é considerado um dos mais difíceis já escritos. ele é muito respeitado e até temido pela maioria dos pianistas.
a beleza é proporcional.

lukas não só deu conta do recado, como confirmou algumas das impressões que tive dele durante o concurso chopin: equilibrado, técnica madura, toque profundo (e até meio seco pro meu gosto).... apesar disso, ultra-romântico.

outros monstros do piano têm essa obra como sua assinatura interpretativa como martha argerich  (inesquecível performance e minha favorita desse concerto... isso renderia um post inteiro) , horowitz, leif ove andsnes ( o atual pianista famoso pela performance dessa obra) e outros (ah! a mais célebre de todas as versões é a que o próprio rachmaninov gravou..). para assistir a essas versões, clique nos nomes.
vale a pena dar uma ouvida e observar a linguagem corporal do lukas, que é mínima. o macro se reflete na música. e isso, caros leitores, é uma arte à parte!

enjoy.

4.5.11

julho - ao vivo

é! parece que terei algumas alegrias em julho.
sim, haverá uma cobertura completa aqui no blog.
mas já que eu já estou ansiosa por estes dias, aqui eu anuncio quem me encherá os ouvidos (na ordem em que vou assistir):

1 - ela:




2 - ela:



3 - ele:



4 - e finalmente, ELE! e ESTE concerto, que já tentei tantas vezes assistir.....ai!




pois é. e sabe o que é o melhor: 2 desses 4 concertos serão DE GRAÇA!

:)

3.5.11

da vida de leituras


existe um ponto na leitura, um cume, algo de extremo. é quando a beleza transborda e rouba o ar que circunda o leitor.
nesse ponto, é inútil tentar continuar lendo.
o belo coloca fim do processo de compreensão e se instala no pensamento.
sobram os suspiros e sorrisos.

degustar arte é um processo lento e delicioso.
pelo menos para mim.

1.5.11

dos meus presentes

eu ainda me deliciando com meus presentes de aniversário.

                                                                          pra ver:




pra ler:





pra ouvir:


coisa boa é ter amigo que conhece, que sabe que um tempo depois, o presente dado ainda será lembrado com alegria....

obrigada a vocês que desde domingo passado, têm alargado meus sorrisos a cada frase lida, a cada cena assistida, a cada som ouvido.

ps: o disco do nelson eu já tinha, mas pudera. foi lançado 2 semanas antes do meu aniversário. só mesmo uma fanática já o teria adquirido ( e é o caso....rs!) 

ps 2: ganhei roupas, ganhei velas, tudo lindo! ganhei até uma música de presente .... uma mimo só :)