mas ele existe noutro trópico.
e hoje, nele falso, eu li neruda.
relendo "cem sonetos de amor", a dedicatória novamente me emocionou.
uma das coisas mais belas que um homem pode dizer a uma mulher.
pois veio parar aqui, pra celebrar esse dia comercial, inventado, bonito.
a matilde urrutia
senhora minha muito amada, grande padecimento tive ao escrever-te estes malchamados sonetos e bastante me doeram e custaram mas a alegria de oferecê-los a ti é maior que uma campina. ao propô-lo bem sabia que ao constado de cada um, por afeição eletiva e elegância, os poetas de todo tempo alinharam rimas que soaram como prataria cristal ou canhonaço. eu, com muita humildade, fiz estes sonetos de madeira, dei-lhes o som desta opaca e pura substância e assim devem alcançar teus ouvidos. tu e eu caminhando por bosques e areais, por lagos perdidos, por cinzentas latitudes recolhemos fragmentos de pau puro, de lenhos submetidos ao vaivém da água e da intempérie. de tais suavíssimos vestígios construí com machado, faca, canivete estes madeirames de amor e edifiquei pequenas casas de quatorze tábuas para que nelas vivam teus olhos que adoro e canto. assim estabelecidas minhas razões de amor te entrego esta centúria: sonetos de madeira que só se levantaram porque lhes deste a vida.
outubro de 1959
Olá, Laura, estou fazendo a divulgação de um novo formato de ópera no cinema que estreia no Brasil em março e gostaria de te enviar mais informações sobre o assunto. Caso tenha interesse, é só entrar em contato pelo email luanarocha[arroba]belemcom.com.br. Abcs!
ResponderExcluirMuito bonito!
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