18.6.10

triste

ela aparece a porta com choro na voz. e eu não entendo, não ouço o que foi!
ela vai nos deixar. não porque queira, por cansaço, fadiga. claro que não.
quiseram, e é assim que vai ser. ponto.
o abraço que se segue é silente e amargo! doloroso isso.
ela não é orgulhosa. não esconde a tristeza.
e a mente tenta de imediato achar uma solução, uma alternativa. nada.
é tudo pesar.
ambas nos dirigimos ao portão que me acolhe e a despede.
depende do humor.
triste. e já ando cautelosa, com medo do humor oscilante dessas grades antigas que podem ser traiçoeiras.
na caixa de plástico uns livros infantis, flores e a saudade dos dias em que um dia como esse era inimaginável.

nós fomos.
eu volto.

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