19.7.10

recife, 21 de junho de 2010


há algo de mais bonito nas manhãs do nordeste. todas as vezes que acordo por essas bandas, me pego encantada com o ouro do sol, inebriada com o cheiro úmido de dia e embevecida pela riqueza das cores que aqui, são mais vivas; mesmo as frias são mais quentes.
logo, sinto uma coisa boa, uma vontade de escrever infinitas páginas. nem sei exatamente o quê.
recife, em especial, sempre se apresentou a mim com aspectos diferentes e misteriosos.
é a terra de meu pai.
terra que existe muito nele até hoje. e muito dele existe nessa terra também. eu sei pouco disso tudo. mas sei que esse elo é inquebrável. e mesmo distantes, sinto os ecos desse elo profundo através de tudo o que desse pai existe em mim.
é engraçado, porque ando pelas ruas sem conhecê-las. observo e olho com os olhos muito abertos, ávidos por encontrar sei lá o quê.
eu sinto.
eu pertenço sem nunca ter vivido. é tão forte!

pela pequenina janela assisto essa terra ficar miúda como uma porção de brinquedos. fica tão pequena que cabe inteira sob meu olhar já saudoso. minhas visitas são sempre tão breves e esparsas.

o calor ainda está na pele.
quem sabe um dia...

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