18.12.09
o primeiro.
17.12.09
dicas
11.12.09
cantinhos
1.12.09
:)
50 anos sem villa-lobos
23.11.09
relatos silentes
14.11.09
seconde
só a título de esclarecimento
5.11.09
dias paulistanos
2.11.09
hoje
30.10.09
sergipanas
Joana anda solitária por calçadas nordestinas. A tarde cai, e os raios estirados de sol avermelhado invadem o lado esquerdo da ruela e todos os seus adendos. Ela anda em contraste com os nativos. Tem passos apressados, curtos e precisos.
A calmaria de Aracajú a impressiona a todo momento. As conversas são mais lentas, os fazeres, os dizeres, os abraços, os sorrisos e conseqüentemente, os passos. O ar é úmido e espesso e ela ainda lança mão de algum esforço para sorvê-lo. Os rostos que contempla são todos bronzeados, luminosos e marcados por umas experiências que Joana não descreve mas compreende. O falar é simples, arrastado, manso e incrivelmente alegre. As ruas de calçamento antigo abrigam prédios ainda anteriores ao pavimento, com paredes que aqui ou lá estão por ser refeitas, mas o esboço da arquitetura barroca é imutável. Ela se encanta. E a praia fluvial a contempla azul e sonora.
É quase noite de domingo e Joana andarilha silente, sentindo uma placidez de alma que desde os tempos de infante não sentia. Pensa uns escritos que logo fogem a memória recente e em seguida pensa outros versos, que novamente se vão com a brisa morna da noite que chega.
A vontade é pular no falso mar, molhar o corpo, bronzear a pele marcada e limpar os pensamentos antigos, velhos, guardados. Deixá-los lá; de vez e para sempre. Sentir o secar da água nos braços nus e fechar os olhos enquanto as últimas gotas escorrem pelo rosto impermeável. Sorrir um riso livre, cego , sem se preocupar com os expectadores. É desse banho que Joana precisa. E depois dessa breve contemplação e do encontro com o imaginário, Joana volta ás calçadas antigas, andando um andar barulhento, que ecoa na praça deserta.
A noite caiu. Os jardins parecem acordados e escondem os segredos da cidade velha. Assistem aos passos agora apressados. Ela tem um medo breve. Não absorve o que pensa e apenas corre.
Avista o hotel.
E de volta ao quarto refrigerado, volta a realidade sulista, que definitivamente, não a instiga a pensar e a sentir. Não importa. Joana ainda tem cinco dias. Sergipe ainda tem muito a oferecê-la.
E outros fins de tarde se repetirão.
Talvez o banho até aconteça.
irresistível
21.10.09
100 sonetos de amor
ps: parece que o blogspot não é muito fã das publicações poéticas, então não obedece aos meus comandos de separação dos dois quartetos e dois tercetos, próprios do soneto. Dessa forma, eu peço desculpas pela gafe estética e peço que o leitor faça as devidas divisões estróficas ao ler......hehe.
...
15.10.09
--
13.10.09
"quase tudo"
12.10.09
uma página já basta
30.9.09
paciência
ultimamente
28.8.09
2 dias depois do post "aflição"..
depois de tanta aflição ( como pode-se notar no post anterior a este), eu consegui o ingresso para o concerto do Nelson Freire. a noite era ainda mais especial pois se tratava da inauguração de um piano Steinway Concert Grand - D, que acabara de chegar da cidade de Hamburgo, Alemanha, onde foi fabricado. Aliás, foi o Nelson quem alertou a organização da casa a necessidade de agregar a onda de renovações um piano a altura.
25.8.09
aflição
acabo de descobrir que Nelson Freire vai dar um concerto no Teatro Municipal de São Paulo na próxima quinta-feira, dia 27 de agosto. Ele substituirá a pianista Maria João Pires, que não poderá comparecer por motivo de doença.
24.8.09
um trecho
de quando em quando, pretendo postar alguns trechos retirados dos meus livros favoritos. neste primeiro, a poética tradução da alma do músico:
Clarissa - Érico Veríssimo, pp. 50
Amaro deixa o piano. As frases que compôs não o satisfazem. Não importa. Amanhã talvez
lhe venha uma boa onda de inspiração. Amanhã...
Vai de novo até a janela. A lua já subiu. No pátio da casa vizinha o muro caiado, ainda mais branco sob o luar, projeta no chão uma sombra longa. O rio parece de mercúrio. Os montes, longe, dentro da noite clara, têm um tom irreal. No pátio dormem sombras misteriosas. O tanque de lavar roupa, transbordante d’água, prende em seu espelho líquido o disco da lua. E a lua treme e se parte em cacos na água que a brisa encrespa.
Amaro contempla a noite longamente.
E fica ouvindo , deliciado, uma música suavíssima que ele não sabe se vem de dentro dele próprio ou se desce da lua...
Positivamente, quem tem razão é o contador do banco: “ O senhor é um lunático”
(...)
19.8.09
chuva
13.8.09
bálsamo de hoje
depois de um dia em que nada deu certo, eu me deparo com uma dessas gratas surpresas que a gente tem de vez em quando na internet.já sou ouvinte assídua deste concerto há alguns meses, e tenho a gravação dele com o trio baremboim+pearlman+yo-yo ma. nada mal. mas este vídeo, postado em um dos blogs de música erudita que costumo frequentar, traz o mesmo concerto sob a interpretação de martha argerich (piano) e os irmãos Capuçon, que eu não conhecia até hoje.sublime, e inevitável a comparação com a gravação que estava acostumada a ouvir. na realidade, as estrelas da obra são o violino e o cello, e neste quesito, itzak pearlman e yo-yo ma são imbatíveis. a escrita para o piano já tem aquele caráter típico do período clássico, e com daniel baremboim me soa ainda mais mecânico. a genialidade da martha ( que é quem toca neste vídeo que estou postando) está em tirar o máximo de música de uma peça que pode facilmente soar como um engenhoso emaranhado de notas.meu trecho preferido: a partir de 5:47 min.ah!....e a obra é o concerto triplo de beethoven, op. 56 ....eu tenho vontade de mudar de profissão quando lembro que a criatura compôs esta pérola em sua terceira fase. Ou seja : já estava completamente surdo!!!!!enjoy it.
4+1+1
não existe nada como a segurança das velhas amizades, a quem sou declaradamente devotada.
a dinâmica dos relacionamentos demanda manutenção e cuidado. e eu preciso melhorar tanto!
mas depois que o quarto ficou vazio, depois dos diferentes continentes, depois das viagens fracassadas, depois dos emails atrasados e principalmente, depois da cruel rotina da distância, essas três continuam no meu porta retrato preferido.