24.5.10

universo-congonhas


Congonhas, fim de tarde, sexta-feira. É até engraçado relatar essa rotina. O taxi que me leva é o último de uma enorme fila de outros taxis, todos com passageiros apressados. Quando as portas automáticas se abrem, um universo a mim se descortina.
Sozinha, vou rumo ao check-in e pego o celular. Conversar com aqueles que me são muito chegados dá a sensação de que tem mais gente comigo e assim, eu não me sinto como um inseto perdido nesse planeta aeroporto.
Despacho minha mala e sigo ao telefone, rumo à sala de embarque.
E brasileiro é engraçado: a televisãozinha anuncia que o vôo está em solo e o embarque se dará dentro de instantes, e sempre tem um ansioso que já fica em pé, na fila, prejudicando seu sistema circulatório e agravando as varizes nas pernas...tenho pena!
Fico sentada, ainda ao telefone, até que todos os passageiros estejam dentro do avião. Quando ouço "Senhora Laura Morena, está é a última chamada para o vôo ...blábláblá" então é que me levanto, desligo o celular (viva o tim infinity!!..rs) e vou. Tudo isso para não ter que esperar em pé dentro da aeronave, até chegar ao meu assento que, geralmente, é o último.Isso tudo envolve uma tremenda matemática.
Hoje, calculei errado! Foi chegando dentro do avião que me dei conta desse lapso: muita gente em pé ainda, "acomodando seus pertences nos compartimentos acima dos assentos".
Vou andando pela estreita passarela a passos de noiva , com todos os outros passageiros adiantados, sentados a horas, lançando-me olhares dissecantes....nem ligo!
Os pertences de mão pendurados em meus ombros são volumosos e esbarram em cada assento durante minha peregrinação até a outra ponta do avião. Gente se apertando, gente parando o trânsito desse corredor porque sentou-se no assento errado, crianças chorando....uma festa!!
De repente, acontece o que faltava: um comissário comete a infelicidade de tentar andar na contra-mão. Decisão nada prudente!!! Eu assisto o seu espesso corpo entalando pelo caminho, de passageiro em passageiro.
Ele se aproxima e eu já começo a rir. O corredor é estreito, e minhas duas bolsas penduradas em meus ombros são volumosas. Bingo! O comissário pára ali mesmo!
Num esforço sobre-humano, ele consegue se desvencilhar das garras das minhas bolsas, que insistiam em persegui-lo. E eu, lacrimejando de riso! Novamente, os olhares se voltam para mim e eu desfilo pelo avião rindo como se tivesse ouvido a melhor piada já contada.
Ao longe, avisto meu assento. O último do avião e uma poltrona no meio de outras duas. Os compartimentos de bagagem estão todos lotados e já não há mais lugar para os meus pertences...
O senhor da poltrona do corredor se levanta e quase que num ato heróico, eu consigo me assentar!
Daí, percebo que me assentei em cima do cinto de segurança do senhor do lado.
Me levanto com toda a parafernalha das bolsas, acho o cinto e me sento novamente, com uma bolsa nos pés e outra no colo. Os últimos assentos do avião não são reclináveis...
E assim, eu decolo.
Já já, chego em Brasília!
Fim de semana de muita música.
Amanhã a noite, tudo de novo....

Eu volto, e o "universo-congonhas" me aguarda novamente.

:)

3 comentários:

  1. rs... Me diverti muito imaginando cada cena! ^^

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  2. Ahaha Laura...é a mais pura verdade!!
    Eu não entendo o porquê da correria pra entrar no avião se cada um terá seu lugar garantido pelo bilhete..

    Muito boa essa..
    Bjos,

    Queila Teixeira, de Campinas
    (Mais uma que não aguenta de tanta ansiedade pelo seu CD que não chega..eheh)

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  3. eh verdade Laura muito engraçado tudo que li, divertido e claro no bom sentido, imagino a agonia que vc deva ter sentido, mais como vc disse e a vida, rsrs! Adorei seu Post,,

    estou a espera tb de seu CD, que demora em rsrs
    Otima medade de semana!!

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