tô precisando fazer uns desse diariamente...
28.5.10
sábado
O sol acabou de se esconder. Pela minha janela, vejo apenas os reflexos de luz entre as folhas verdes, bem verdes.
Ainda é verão. Faz calor, é quente. É bonito. Tem sol, tem céu, tem azul.
Os pássaros ainda aparecem na varanda. São sempre famintos. Por isso, raramente fogem quando alguém se aproxima. São dóceis.
Mas eu gosto mesmo é dessa janela do meu quarto. Vejo folhas, vejo luz, vejo verde, ouro, amarelo, laranja ou qualquer outra cor que o sol escolha na hora de se esconder.
Já me dá uma saudade precoce desse cenário.
É bom só ficar deitada no colchão, despretenciosa, despida de qualquer ansiedade, qualquer pensamento. Só observando a dança das folhas outrora verdes, agora douradas. Amo quando são douradas. Iluminam meus olhos, meu fim de dia, minha alma. São tão lindas que mesmo quando a noite chega com toda a sua escuridão, parecem brasa fraca, um fogo que vai morrendo, muito rubro.
O sol vai descendo, descendo. O dia vai dormindo; e desse sono, nasce o sábado.
Agora a escuridão é completa.
Ele chegou.
27.5.10
sobre ontem a noite.
qualquer artifício lingüístico que eu tente usar para descrever o concerto de ontem será pobre. melhor, paupérrimo!
o césar tocou cristal, o edu cantou beatriz, a luciana cantou desde o primeiro dia, popó...e tantas outras canções lindas, e tantas outras interpretações lindas...
tanta conversa, tanto diálogo, tanta compreensão musical!
pra completar, assistir música boa ao lado de quem é músico torna tudo mais redondo :)
foi bonito.
pra começar o dia.
"No one should give in to limitations other than those which are due to the limits of his talent. No violinist would play, even occasionally, with the wrong intonation to please lower musical tastes, no tight-rope walker would take steps in the wrong direction only for pleasure or for popular appeal, no chess master would make moves everyone could anticipate just to be agreeable (and thus allow his opponent to win), no mathematician would invent something new in mathematics just to flatter the masses who do not possess the specific mathematical way of thinking, and in the same manner, no artist, no poet, no philosopher and no musician whose thinking occurs in the highest sphere would degenerate into vulgarity in order to comply with a slogan such as "Art for All." Because if it is art, it is not for all, and if it is for all, it is not art."
Arnold Schoenberg
26.5.10
30.5.10
essas são as amigas.
a do meio, com um "b" desenhado na testa é a noiva.
eu sou a dama.
domingo é o dia dela.
e eu já desejo tudo o que meus sorrisos dizem sem palavras.
porque essas coisas, não tem como desejar dizendo.
só desejando.
fica aqui a homenagem da dama laura pra noiva cixa.
love u ;)
25.5.10
comprei :)
Faz tempo que não falo nada sobre ele aqui. Deve ser por causa do meu luto, ao descobrir que Nelson está com tendinite e cancelou todos os concertos até julho de 2010. Torçamos pelo melhor, e que o segundo semestre traga "bons ventos".
Comprei esse cd recentemente, e o artigo abaixo foi publicado pelo Estadão em 13 de março de 2010...
Há um ano Nelson provocou reações superlativas no mundo inteiro com seu CD dedicado a Debussy, o especialista nas chamadas meias-tintas. O brasileiro criou várias camadas de gradações de dinâmica entre o meio-forte e o pianíssimo (até os famosos 4 “p”). Pois com este álbum duplo ele confirma o seu incrível talento para lidar com sutilezas de dinâmica. De novo, raramente ultrapassa-se o reino do meio-forte; a zona sonora de preferência do compositor polonês nestas 20 pequenas obras-primas gira daí para baixo, até os pppp.Já se falou à exaustão que os noturnos são para Chopin o seu modo mais íntimo de criação musical. Talvez por isso mesmo – e Nelson demonstra isso com um refinamento notável -, ouvi-las em conjunto pode nos dar a chave para a compreensão da arte pianística do compositor, já que ele conviveu com o gênero dos 17 anos, quando ainda morava em Varsóvia, até a morte em Paris em1849.
A recusa ao virtuosismo; o gosto pelo detalhe; a construção dos longos arcos que constituem as melodias características dos noturnos; o entrechoque do acompanhamento aparentemente imutável da mão esquerda, com frequência em tapetes de arpejos, e o rubato aplicado com extrema parcimônia no fluir da mão direita; o timbre brilhante e cristalino que extrai do piano – todos esses são atributos que fazem desta gravação um modelo e referência (e olhem que há centenas de registros dos noturnos, incluindo leituras iluminadas como as de Rubinstein, Arrau, Ashkenazy, Maria João Pires, Barenboim e Pollini, entre tantos outros).
Quem sabe a maior qualidade desta versão de Nelson Freire seja o equilíbrio. Ele jamais descamba para o sentimentalismo barato que acomete mais de um dos ilustres citados; nem se deixa arrebatar tentando acentuar coisas que não existem nos noturnos, tal como a virtuosidade, por exemplo. É por causa dessa ambivalência que essas peças são até certo ponto desprezadas no conjunto da sua produção pianística, tidas como meros produtos de consumo, destinados às moçoilas bem-nascidas dos salões parisienses e às casas que em cada vez maior número compravam o seu próprio piano. Peças musicais fáceis, simples, destinadas a amadores.
Chopin criou temas ao mesmo tempo raros e naturais, para um gênero efêmero, destinado a não viver mais do que algumas semanas ou meses como peças favoritas nos salões parisienses. Transformou pecinhas de consumo em seu laboratório de experimentação para gêneros mais ambiciosos, como os scherzi, as sonatas e a barcarola. Como Chopin, Nelson também possui um toque ao mesmo tempo raro e natural.
A recusa ao virtuosismo; o gosto pelo detalhe; a construção dos longos arcos que constituem as melodias características dos noturnos; o entrechoque do acompanhamento aparentemente imutável da mão esquerda, com frequência em tapetes de arpejos, e o rubato aplicado com extrema parcimônia no fluir da mão direita; o timbre brilhante e cristalino que extrai do piano – todos esses são atributos que fazem desta gravação um modelo e referência (e olhem que há centenas de registros dos noturnos, incluindo leituras iluminadas como as de Rubinstein, Arrau, Ashkenazy, Maria João Pires, Barenboim e Pollini, entre tantos outros).
Quem sabe a maior qualidade desta versão de Nelson Freire seja o equilíbrio. Ele jamais descamba para o sentimentalismo barato que acomete mais de um dos ilustres citados; nem se deixa arrebatar tentando acentuar coisas que não existem nos noturnos, tal como a virtuosidade, por exemplo. É por causa dessa ambivalência que essas peças são até certo ponto desprezadas no conjunto da sua produção pianística, tidas como meros produtos de consumo, destinados às moçoilas bem-nascidas dos salões parisienses e às casas que em cada vez maior número compravam o seu próprio piano. Peças musicais fáceis, simples, destinadas a amadores.
Chopin criou temas ao mesmo tempo raros e naturais, para um gênero efêmero, destinado a não viver mais do que algumas semanas ou meses como peças favoritas nos salões parisienses. Transformou pecinhas de consumo em seu laboratório de experimentação para gêneros mais ambiciosos, como os scherzi, as sonatas e a barcarola. Como Chopin, Nelson também possui um toque ao mesmo tempo raro e natural.
24.5.10
na quarta-feira..
eu vou assisi-lo..
e a ele tb..
e ele também!!
os três juntos.. :)
dps eu conto como foi..
e viva a vida na metrópole !!!
e a ele tb..
e ele também!!
os três juntos.. :)
dps eu conto como foi..
e viva a vida na metrópole !!!
universo-congonhas
Congonhas, fim de tarde, sexta-feira. É até engraçado relatar essa rotina. O taxi que me leva é o último de uma enorme fila de outros taxis, todos com passageiros apressados. Quando as portas automáticas se abrem, um universo a mim se descortina.
Sozinha, vou rumo ao check-in e pego o celular. Conversar com aqueles que me são muito chegados dá a sensação de que tem mais gente comigo e assim, eu não me sinto como um inseto perdido nesse planeta aeroporto.Despacho minha mala e sigo ao telefone, rumo à sala de embarque.
E brasileiro é engraçado: a televisãozinha anuncia que o vôo está em solo e o embarque se dará dentro de instantes, e sempre tem um ansioso que já fica em pé, na fila, prejudicando seu sistema circulatório e agravando as varizes nas pernas...tenho pena!
Fico sentada, ainda ao telefone, até que todos os passageiros estejam dentro do avião. Quando ouço "Senhora Laura Morena, está é a última chamada para o vôo ...blábláblá" então é que me levanto, desligo o celular (viva o tim infinity!!..rs) e vou. Tudo isso para não ter que esperar em pé dentro da aeronave, até chegar ao meu assento que, geralmente, é o último.Isso tudo envolve uma tremenda matemática.
Hoje, calculei errado! Foi chegando dentro do avião que me dei conta desse lapso: muita gente em pé ainda, "acomodando seus pertences nos compartimentos acima dos assentos".
Vou andando pela estreita passarela a passos de noiva , com todos os outros passageiros adiantados, sentados a horas, lançando-me olhares dissecantes....nem ligo!
Os pertences de mão pendurados em meus ombros são volumosos e esbarram em cada assento durante minha peregrinação até a outra ponta do avião. Gente se apertando, gente parando o trânsito desse corredor porque sentou-se no assento errado, crianças chorando....uma festa!!
De repente, acontece o que faltava: um comissário comete a infelicidade de tentar andar na contra-mão. Decisão nada prudente!!! Eu assisto o seu espesso corpo entalando pelo caminho, de passageiro em passageiro.
Ele se aproxima e eu já começo a rir. O corredor é estreito, e minhas duas bolsas penduradas em meus ombros são volumosas. Bingo! O comissário pára ali mesmo!
Num esforço sobre-humano, ele consegue se desvencilhar das garras das minhas bolsas, que insistiam em persegui-lo. E eu, lacrimejando de riso! Novamente, os olhares se voltam para mim e eu desfilo pelo avião rindo como se tivesse ouvido a melhor piada já contada.
Ao longe, avisto meu assento. O último do avião e uma poltrona no meio de outras duas. Os compartimentos de bagagem estão todos lotados e já não há mais lugar para os meus pertences...
O senhor da poltrona do corredor se levanta e quase que num ato heróico, eu consigo me assentar!
Daí, percebo que me assentei em cima do cinto de segurança do senhor do lado.
Me levanto com toda a parafernalha das bolsas, acho o cinto e me sento novamente, com uma bolsa nos pés e outra no colo. Os últimos assentos do avião não são reclináveis...
E assim, eu decolo.
Já já, chego em Brasília!
Fim de semana de muita música.
Amanhã a noite, tudo de novo....
Eu volto, e o "universo-congonhas" me aguarda novamente.
:)
23.5.10
estrela, estrela!
estrela, estrela!
tão brilhante, tão distante;
cintilando solitária,
tens um brilho elegante.
és a dama do escuro,
a senhora do negror;
sempre acenas a este mundo,
com matiz tão incolor.
sempre penso que és tristonha,
de fulgores lagrimosos;
incompreensível vergonha,
têm teus raios luminosos.
e iluminam o mundo todo,
menos tua própria aura.
trazes luz a todo tolo,
mas em sombras cai tua alma.
ah, estrela, estrela!
abandona a teimosia.
reencontra tua beleza,
que mil luzes reluzia.
ilumina-te a ti mesma,
e aceita a exuberância!
é inútil ser brilhante,
e esquivar-se em relutância.
aproveita a tua luz!
não te escondas nesses raios.
largue o pranto por sorrisos.
vem juntar-se aos iluminados.
brilha, estrela!
lmmc.
1.5.10
post bobo pra descontrair
este que toca comigo é meu amigo sullivan.
resolvemos tocar a música "oh Deus de amor", subindo de tom em tom, de dó a dó.
detalhe que quando chega no tom SI maior, eu desisto de pensar nos 5 sustenidos e toco um acorde só!!
mas foi divertido.....sempre é, apesar de ser BEM feio, com muitas notas erradas....rsrs.
e eu já to com saudade desses momentos...
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