26.3.12

festival de verbier 2012

chegou na minha casa o livretinho de propaganda do festival de verbier 2012.
tenho andado com ele na bolsa.
aliás, eu em visita ao brasil, e ele comigo...


li, babei, morri de vontade...
não dá pra se dar esse luxo todo ano.
estar lá ano passado foi privilégio suficiente!

mas eu não aguento e em breve, posto em detalhes alguns dos "highlights" dos concertos desse festival  suíço de música erudita em 2012!!

no verão europeu, o festival dos festivais...


são paulo


já estou aqui nessa minha cidade.
ela foi minha por um tempo considerável, e eu lamentei nossa separação precocemente...
fui pra longe, e sendo visitante, sinto que ela me acolhe quase maternal, entendendo que por mais  belo que seja seu laço com um rebento, existe uma hora em que ele vai precisar sair, conhecer a vida, e deixar o ninho...

hoje, já não mais lhe pertencendo, andei por suas ruas, visitei os sebos que gostava. reconheci restaurantes, alamedas, assisti filme, lembrei de mim nos dias que em que abandoná-la parecia impossível!

é engraçado crescer.
já não me dói saber que não mais sou dessa babilônia.
é bem o contrário.
gosto de saber que a conheço intimamente porque já estive imersa no seu cinza, na sua bagunça, no seu caos, que só entende quem pertence.

eu vim dela.
pra ela eu volto de quando em quando.
mas estou feliz em poder conhecer e viver em partes mais coloridas do mundo, e ter como "refúgio" sua paisagem neutra e nublada.

tive saudade dela.
ela está em mim.
mas já não é mais minha...
e não me dói.
eu olho e entendo.
hoje, eu extraí o que nela há de melhor...

paulistana-desertora-visitante,
com um sorriso tão grande.

eu prefiro esse status.

ressalva

pra quem é novo aqui no blog, eu deixo a ressalva de que sou duplamente professora por formação: música e literatura.

estou afastada desse ofício atualmente, mas ele está dentro de mim.
de vez em sempre, visto as vestes da educação aqui no blog.

uma vez professora, sempre professora ....

como ouvir música - 8 dicas práticas


estou reblogando esse post.
extraído daqui.

até pensei em traduzi-lo, mas já é hora passada.
tarde da noite.
na pior das hipóteses, e se você, leitor, quiser muito entender, copie e cole o conteúdo no google translator, e a tradução aparecerá instantaneamente :)

interessante, prático e verdadeiro!!
meu desejo é que todo mundo ouça música da maneira mais reverente e respeitosa possível.

ao contrário do que dizem por aí, ouvir exige treino e exercício...

:)



1. Listen blindly. Listen to a work not knowing who wrote it, or the title of it, or the style and when it was written. Just you and the physical music, with no preconceptions or artificial mental expectations or without knowing anything about it’s origins or classifications.
2. Listen bodily. Listen with your gut, your own visceral reactions, your own emotional responses, your own freedom of imagination. Approach music as an innocent, like a primitive or a baby, and enjoy the “nourishment of impulses” that feed your body and mind. This kind of listening can be exhilarating, bewildering, exciting, calming, inspiring, emotional, or mesmerizing, but the physicality of “real world” sounds is key to this visceral musical experience. Let your whole body literally vibrate, resonate, and pulsate with the music, in a literal sense, and enjoy the sheer physicality of sound.
3. Listen with both ears.  This means focusing on the sounds as well as the overall flow of the music. Listen to the individual parts and the whole of the music, from the tiny details to the shapes of the phrases to the overarching form. Listen to the changes, to the repetitions, the recapitulating elements, the rhythms, the themes, and the instruments physically creating the sounds. Listen stereophonically with both ears, to bring into focus the whole from different perspectives of listening, just as the eyes view stereoptically through binoculars, bringing the world into a harmonious singular focus from two different visual perspectives. In order to learn this focused art of listening, sometimes it is helpful to listen with the left ear only or the right ear only, because the brain processes sounds differently in each hemisphere. Focused listening with both ears finally unites the parts within the whole, tying together the innocence of pure, immediate sounds with the experience of reflection and holistic context. As you listen with both ears, you gradually assimilate experiences into a wider frame of context and expectations, enriching your understanding of music.
4. Organize your listening experiences. Enjoy the immediacy of music, but find a disciplined way to track your listening experiences. Group musical works in ways that help you remember them, and compare them with others by organizing them in different ways: by composer, style, historical period, genre, instrument, favorite artists. Deepen your reservoir of music by taking notes, comparing music, counting the works that you really “own” as part of your own personal listening and/or performance history. Save your concert programs, record in a notebook new music as you encounter it, along with your reactions to the experience.
5. Listen to live music. No recording or video can replicate the full experience of listening to music live, in the flesh, with the musicians who are performing the music. This enriches your own experience of music, and it is equally vital to the musicians who are performing the music. Music is a social art, in which the musicians communicate directly with the listening audience. The living, breathing personal exchange of music dies when live music is replaced by second-hand music.  So support your local symphony, opera, musical theater, ballet and other musical groups, and enjoy the personal human bond that live music offers to both listeners and performers.
6. Join in the music making. Improve listening skills by performing music, especially with others. Sing, dance, play an instrument, move to the beat, or just tap your foot. But physically enter the world of music to focus your active listening skills. Playing music together requires listening actively and cooperatively to others, making music the ultimate social art.  Becoming physically part of the music as a performer necessitates and fine-tunes our listening skills.
7. Expand your listening world. Indulge in the music you love, but adventure periodically into new worlds of music that are foreign to you. If you are a big symphony buff, try a Gregorian chant or an intimate solo or chamber concert for a change. You may love rock concerts, but venture to an opera to understand that the same emotional combustion of love and music once had Italian audiences shouting in pleasure or despair. If you only listen to Western music, taste a little of the East in the complexities of Indian or Chinese music. If you love contemporary folk music, discover the folk tunes rampant in Mozart, Beethoven or Copland. If you normally turn to classical music for soulful comfort, enjoy a change of pace by sinking into a blues ballad, or a Piaf chanson, or a tearful Portuguese fado. Opera buff? Go see a ballet for a wordless change of pace.  If you are trapped in repertoire of the 19th century, venture forth into the 20th and 21st, as there’s a lot going on. Push your sonic limits beyond the comfort of your own narrow world of music. Ultimately, as your music listening grows, so do you. Your character, your morality, your tastes, your aspirations, are often reflected in your listening choices. Widen your listening framework, and you will find yourself growing and developing and changing, and yes, even improving.
8. Don’t let a day pass without listening to music. It’s not enough to go to music class or practice your instrument daily. Incorporate a 10-minute diet of listening into your daily menu. Something old, and something new. Enjoy the daily “comfort” foods of your familiar musical diet, but also whet your appetite with new, unfamiliar music every day. Record your impressions (see #4) and watch your experiences and tastes expand!
Footnote:
Roger Shattuck, who mentored me in graduate school, once wrote a surprisingly simple-sounding yet thought-provoking essay entitled “How to Read a Book.”  His ideas on “how to read a book” directly inspired my own essay on “how to listen to music.”

bach e os dias idos de sala são paulo

eu estava lá nessa noite.
terceira fileira, platéia central.
foi um ingresso trocado, presença quase acidental.
sozinha.
na volta pra casa, eu conversava com o taxista como se ele fosse amigo, num esforço enorme pra tentar explicar o que eu havia ouvido, testemunhado.
ele foi até atencioso. acho que percebeu minha exasperação...

já ouvi a osesp tocar tantas e tantas vezes, mas acho que nunca como nessa noite...
concerto para dois violinos em ré menor de bach com p. zukerman (tocando e regendo) e j. linnebach.

foi uma daquelas noites inesquecíveis, como diria um amigo escriba: "para guardar nos nobres salões da memória"...


ps: sei que estou devendo o post sobre o concerto do herbie hancock. peço desculpas e digo que ele não aconteceu porque ainda estou absorvendo o que ouvi.
ainda não estou pronta...

pps: a j. linnebach dá uma de apressadinha às vezes. isso me incomodou em alguns momentos...mas tá valendo :)

9.3.12

uma semana

nos dias que se passaram, eu senti o abraço de Deus de tantas maneiras...
hoje, além disso, Ele me dá o sábado.


shalom...

8.3.12

omg!

desorganizadamente lindo!

6.3.12

arte das terças - leonardo da vinci


esse post não é sobre a vasta obra de leonardo da vinci, mas apenas sobre um único quadro: mona lisa e o meu contato pessoal com ela.
é, certamente, a mais famosa de suas obras, e diz-se que depois de quatro anos "enrolando" para finaliza-la, da vinci desistiu e nunca "terminou" formalmente.

é sim, famosa.
mas, é tão bonita? não.
é grande e opulenta? não.
tem contrastes de cor e traços fenomenais? não.

então o que é tão especial sobre ela?

eu me fiz todas essas perguntas ano passado, quando visitei o museu do louvre em paris pela primeira vez.
eis aqui um relato honesto do que é visitar paris em alta temporada: 

era verão.
a cidade abarrotada de turistas fervilhava e as filas para os museus eram desanimadoramente longas.
fui ao louvre numa segunda-feira de manhã.
cheguei antes que o museu tivesse sido aberto. a fila já era longa.
muito calor.


10:00 am: vagarosamente, a fila começou a se movimentar.
lá dentro, o calor era quase insuportável.

pessoas por todos os cantos, filas nos cafés, filas nos restaurantes, filas nas lojinhas de souvenirs, filas para comprar o ticket de entrada. e um adendo delicioso: a linda pirâmide de vidro que é a marca do museu parece atrair com mais força os raios de sol!
eu pensei estar derretendo.



mas, era o louvre.
respeito!

dei uma olhada nas esculturas gregas, com um coração muito duvidoso: "isso não pode ser assim, milenar! é impossível ter sobrevivido esse tempo todo..."


em seguida, cometi o erro de ir até a área de pinturas italianas.
subitamente, o calor aumentou. mais gente, mais suor.
e na sala indicada, era até difícil andar.

foi quando entendi.
era ela. a mona lisa.

quando consegui ultrapassar a multidão, mirei e vi: pequena, quase monocromática.



uma coisa é sim, assustadoramente mágica nela: é dona de um olhar que segue quem a observa de qualquer canto. e eu comprovei. fui de um lado para o outro. direita, esquerda, norte e sul. ela ainda me olhava nos olhos...

mas era muita gente!
fiquei ali, tirei umas fotos, olhei mais umas vezes, e corri para a área de pinturas holandesas, em outro andar. uns 40 minutos de caminhada dali (hahaha! brincadeira, mas era longe)...
ó, que paz! eu podia sentir a presença do ar - condicionado, não precisava encostar em nenhum turista suado para ver a pintura de perto, e o melhor: havia s-i-l-ê-n-c-i-o para ver, processar, refletir...

foi uma visita interessante, mas fiquei meio exasperada.
museu muito grande, muita gente, muito calor, muitos quadros e pouco tempo.
é um lugar para se visitar por duas semanas todos os dias, pelo menos....

enfim, depois de sair de lá, andei dando uma pesquisadinha, e percebi que a fama da mona lisa não é somente porque é um quadro de da vinci, mas também pela polêmica em que essa obra já esteve envolvida. e a sucessão de acontecimentos chega a ser engraçada.

em agosto de 1911, vincenzo peruggia, um funcionário italiano do museu do louvre, roubou o quadrinho por achar que como o pintor era italiano, a obra merecia estar em exposição na itália. pegou o quadro durante o horário de funcionamento do museu, guardou num armário e saiu com ele escondido debaixo do casaco no fim do expediente. o ousado peruggia manteve o quadro escondido em sua casa por 2 anos, até ficar impaciente e ser pego tentando vende-lo!! é mole ou quer mais?

pode querer porque tem... rs!

durante a segunda guerra mundial, o quadro foi retirado por razões de proteção.

o retorno da mona lisa ao museu do louvre depois da segunda guerra mundial, em 1945 - via vic

parece que não adiantou muito todo esse cuidado, porque no ano de 1956, um turista misteriosamente furioso jogou ácido na parte de baixo da pintura, danificando severamente seu estado. ainda não recuperada desse trauma, a mona lisa novamente foi atacada por um boliviano em dezembro desse mesmo ano. o raivoso sul-americano jogou uma pedra na pobrezinha. isso resultou na perda de pigmento perto de seu ombro esquerdo e por isso, a coloração teve de ser refeita mais tarde.

finalmente, perceberam que a senhorina italiana precisava de mais proteção. talvez uma casinha mais forte... então, depois desses ataques, ela foi colocada em exibição atrás de uma parede de vidro blindado!
porém, isso não foi sinônimo de paz.
em 1974, uma turista deficiente, indignada com a falta de estrutura do museu para com os deficientes físicos, passou um spray vermelho na pintura. e mais recentemente, em 2009, uma russa esbravejante por ter sua cidadania francesa negada, atirou contra o quadro uma caneca de porcelana comprada no próprio museu, dessas de souvenir!!

acho que o olhar fatal da mona lisa causa "coisas" nas pessoas que a veem, e elas se revoltam....sei lá o que é. mas sei que é! rs!
probrezinha.

depois de saber de tudo isso, eu me compadeci e resolvi substituir todo o meu preconceito por compaixão, e encontrar a magia contida nos seus olhos misteriosos.

recomendo fortemente a visita ao museu do louvre!
só não no verão :)

.

adoro a capinha do meu iphone.
o big ben + london eye + ônibus vermelho de dois andares = londres.
mas ela está durando menos do que planejei.

hoje, depois de m-u-i-t-o tempo sem ler os blogs que adoro, revisitei alguns e achei essa.


já está na wishlist :)

de hoje, para hoje

a peça que escolhi para estudar hoje (pelo menos para começar a estudar) foi a suíte inglesa nº 2 de bach.

suíte é dança.
na realidade, é um compêndio de várias danças.
nessa suíte em especial, temos o prelúdio, allemande, courante, sarabande e o bourrée I e II.
cinco danças diferentes.
la nos dias medievais, as pessoas dançavam mesmo. tempos depois, os compositores começaram a escrever música para instrumentos nos moldes dessas danças. mas aí o intuito não era mais dançar em si, e sim, tocar.
por isso, as danças que não são feitas para dançar são chamadas de "danças estilizadas".

a suíte é um compêndio de danças estilizadas.
fácil, né?

resolvi compartilhar essa suíte inteira aqui no blog hoje.
como é uma peça longa, resolvi escolher um pianista diferente para cada uma das danças contidas nessa suíte. assim, fica mais dinâmico e é mais rica e clara a diferença interpretativa de uma para a outra.

eu já estudei o bourrée I no passado. 
hoje, vou começar a ler o prelúdio.
vamos ver no que dá...

todos esses vídeos são dignos de atenção e da mais atenciosa escuta.
eu garanto :)

preludio, por martha argerich em 1969 (esse vídeo tem uma curiosidade: é a única filmagem que sem tem notícia dessa pianista usando uma aliança. acho que o câmera estava tão emocionado de estar registrando esse momento, que nos primeiros dois minutos ele filma EXCLUSIVAMENTE a mão esquerda dela, que sem se importar com as lentes, move-se tão rapidamente! chega a ser engraçado! foi da época em que ela foi casada com o maestro charles dutoit; o único de seus casamentos que não teve fim por causa dela! fato insignificante, eu sei, mas curioso. sobre a performance, sem comentários. é ela tocando bach! isso já diz tudo...)


allemande, por pal eide


courante, por catherine leonard


sarabande, por ivo pogorelich (falei dele uma vez aqui no blog)


bourrée, por friedrich gulda (mestre amado da martha argeirch. e esse vídeo em particular já foi postado aqui no blog :)


inverno no inferno

acordei com o azul muito claro do céu incomodando minhas pálpebras preguiçosas.
e vi nos galhos secos lá fora, uns pontos vermelhos, aqui e ali.
é a primavera que chega, branda e cheia de cor.

ainda faz frio, mas o inverno vai minguando e minguando até não mais existir...

são lindos esses dias de sol, mas eu já tenho saudade do cinza.
pensei mais uma vez no meu inverno.
nesse inverno.
e como ele, de certa maneira, foi inebriado de um calor que eu não entendia de onde vinha.
agora sei...

o vídeo abaixo é de imagens de um inverno na islândia.
congelada por completo, ela ironicamente volta a ter vida através de um vulcão que inesperadamente entra em erupção.

e quando é que se espera que o vulcão vá salvar?


Winter in Hell from Enrique Pacheco on Vimeo.

novo tom

olhei umas fotos hoje da última viagem que fiz com o grupo novo tom ano passado.
deu muita saudade, daquelas doídas.

mas, eu sei que o Eterno sabe.
aí, me dá essas imagens pra lembrar de tudo de bom, de toda a música, amizade...
do tempo do qual ele é também Senhor...










fotos por kacios lira.