8.11.10

18:00 hs


eu corri, falei.

cheguei em casa há pouco. é só sentar e tudo dói. nem sei se massagem cura.
tanta coisa, tanta gente. uma lista de afazeres tão longa que eu nem enxergo as últimas letras.

o lençol lavado dobrado em cima da cama e o colchão puro esperando ser novamente coberto me ameaçam; eu olho e sento. e contemplo a janela meio aberta, cinza, moldura da são paulo que entardece, que tem um tom quase irreal, duma púrpura que nunca vi. parece miraculoso um céu tão dramático obstruído por tantas construções monocromáticas. ele pula, ele vibra. enche meus olhos cansados.

meu olhar se perde e instantes do fim do dia escoam inadvertidamente enquanto olho para a parede branca, logo ao lado da janela.
o grito fino do vento que balança o vestido pendurado me relembra o céu bonito.

olho de novo. e ele me cura. me leva a um sorriso de boca fechada, só de olho.
o coração vulnerável sempre mergulha na beleza.

a dor no corpo passou ;)

2 comentários:

  1. Belo texto Laura!
    Perco a conta das vezes em que Deus curou meu cansaço com imagens de momentos únicos na paisagem.

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  2. Quando agente menos espero nos agito num cançaso numa corriria Eles nos olha e sorri pra nós traves de sua criação. Sem palvras realmente Cura e Tudo =]

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