meu amigo se casou.
meu melhor amigo se casou.
fui madrinha, e o nosso outro melhor amigo entrou comigo.
nervosismo, ansiedade e a porta se abriu.
luzes, flores, cores.
convidados emocionados, convidados entediados, convidadas fofoqueiras.
música, músicos.
ele, lá na frente, em pé, sozinho.
e quando o olhar dos 3 se cruzou, foram 6 olhos marejados e 3 cabeças com o pensamento lá na infância, na escola de botafogo, no rio de janeiro do início dos anos noventa, nas aulas de piano, na amizade infantil que sempre tangeava terrenos amorosos, nas brincadeiras de casinha, nas brigas, nas (já) composições infantis, no IAP que nos juntou novamente, nos (raríssimos) estudos, nas aulas de violão, nas conversas conversadas por olhares, na cumplicidade agora amadurecida intacta por tanto tempo e acima de tudo, na amizade que nos fez irmãos, de sangue mesmo...
quando a gente é criança, não sabe quem vai e quem fica. por sorte, ou por bênção, esses dois ficaram. e naquela hora, éramos 2 e não mais 3. naquela hora, naquela entrada, nós víamos nosso amigo crescer; e com um enorme sorriso no rosto, seguir seu caminho, sem medo...naquela hora, já tinhamos saudade de tudo e os risos misturados `as lágrimas eram mera aprovação, orgulho, exasperação; tudo tão misturado que não saberia explicar..
e choramos. e nos alegramos.
os nossos sorrisos são espelhados no dele.
se ele sorri hoje, nós também sorrimos.
depois de tanta festança, eu sai com o orgulho de saber que amizades assim existem além da ficção. saí desejando que esse sorriso dele seja eterno e dure até quando eu mesma não puder mais sorrir...
e ele foi apenas o primero....